Em tempos onde as palavras "autoestima", "amor-próprio" são lidas e ouvidas constantemente, é comum surgirem dúvidas e acabarmos generalizando e usando todas elas como se tivessem o mesmo significado.
Na busca constante por uma sociedade mais igualitária entre homens e mulheres, as empresas e marcas grandes ou pequenas, encontraram nestes termos uma mina de ouro pouco explorada.
Empoderamento vende. Autoestima? Muito mais!
Como fotógrafa de mulheres, me sinto na obrigação de entender o uso correto e passar adiante, para que termos tão importantes não sejam banalizados e caiam em desuso quando simplesmente não renderem mais o esperado financeiramente devido a saturação provocada pelas campanhas de marketing.
Então, vamos lá?
AUTOESTIMA
É gostar de si. Gostar do corpo, do reflexo no espelho, e também de todas as suas características subjetivas que não podem ser vistas, mas admiradas e sentidas. Sua força, sua coragem, bondade, generosidade... Tudo que te define.
Autoestima é se gostar.
É aceitar o que não pode ser mudado e transformar o que realmente incomoda em algo admirável.
A autoestima é construída ao longo da vida!
Quando nascemos não temos noção e julgamento do que mais tarde consideraremos bonito ou feio. Já na infância começamos a construir essa relação com a autoestima.
Não é raro a criança logo nos primeiros anos da idade escolar, se sentir julgada pela aparência. Em relação a personalidade, ela ainda é muito nova para entender quem ela é, e portanto a estética é um dos fatores relevantes para ela.
As meninas sofrem ainda mais essa pressão estética desde muito cedo. Enquanto meninos são presenteados com carrinhos, foguetes, jogos, bola de futebol, as meninas são presenteadas com bonecas Barbie com silhuetas curvilíneas, cabelos longos e macios, e na maioria das vezes loiros (mas essa já é uma outra questão que falaremos em posts futuros).
Nos anos 90 era comum acompanhar os concursos de beleza que começam nos bairros e municípios e e estendiam-se infinitamente chegando ao Miss Universo.
Confesso que ficava imaginando como seriam as eliminatórias nos outros planetas, e como éramos privilegiados de uma terráquea sempre ser eleita a mais bonita! :D
Portanto, alguém com a autoestima elevada é alguém que aprendeu a se gostar, com todas as particularidades, sendo elas físicas ou não. Gosta de quem é e de como se apresenta ao mundo. Sendo assim, alguém com autoestima elevada tem amor-próprio, correto?
Errado. Vamos descobrir o porquê.
AMOR-PRÓPRIO
É relacionada a dignidade e respeito. É como se fosse uma marca, um limite que você define para definir ate onde e como os outros podem tratar você. Alguém com amor-próprio sabe do seu valor e se respeita. Não se submete a situações vexatórias ou constrangedoras para agradar o outro. Não se submete a relacionamentos, sejam amorosos, familiares ou de amizade, aos quais não será valorizada.
Para entender melhor: Imagine uma mulher que se conhece muito bem, sabe das suas qualidades e defeitos, se acha bonita, constantemente é vista e admirada pelas demais. Serve como exemplo de beleza e estilo. Já fez alguns procedimentos estéticos e não duvida do seu poder de sedução. Se questionada sobre como está sua autoestima, vai falar com toda a certeza de que está com tudo em cima. Esta mesma mulher está em um relacionamento amoroso no qual é constantemente traída, e as traições são motivos de brigas constantes. Algumas vezes sofreu agressões físicas e verbais, mas deixou passar pois acha que fez por merecer, ou que irritou o parceiro, ou até mesmo porque "relacionamento é assim mesmo". Ela sofre, chora, se sente humilhada e frustrada com a relação, e mesmo que amigos a aconselhem a cair fora, ela espera que tudo fique bem e aceita.
Neste exemplo vemos claramente uma mulher com a autoestima elevada, porém sem amor-próprio.
O contrário também acontece.
Uma mulher que não gosta da sua aparência física e é autocrítica demais em diversos pontos de sua personalidade. Ela trabalha há anos em uma corporação e tem se preparado para uma promoção que foi lhe prometida. Sabe que está no caminho certo e que é a melhor e mais preparada para o cargo. Chegado o grande dia da promoção, elegem o colega menos preparado para a função, porém amigo pessoal do chefe. Ela sabe que o tempo para chegar no ponto da profissão que ela almeja é curto e que sofreu uma situação de injustiça. Ela questiona e exige respostas no mínimo convincentes para tal escolha. Ela sofre mas se respeita e sabe que não está sendo valorizada neste local, e portanto procura outra oportunidade.
Neste caso, encontramos uma mulher com a autoestima baixa porém com amor-próprio.
Deu para entender a diferença?
Mulheres com a autoestima e amor-próprio elevados, tornam-se mulheres poderosas.
Sabem aonde querem chegar e não medirão esforços para chegar lá.
Inspiram outras mulheres. Respeitam as opiniões das outras, estão abertas a aprender e a ensinar.
Agrupam-se e lutam por direitos e melhores condições para todas. Lutam por empoderamento!
no próximo post descubra a diferença entre Mulher Poderosa e Empoderada.
Por hoje é só!
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